12 fevereiro, 2007

SIM, OBRIGADA

O sim ganhou. Finalmente a maioria dos portugueses, que se dignou a tirar o rabo do sofá e a dirigir-se a uma mesa de voto, expressou que o aborto não deve ser criminalizado, que as mulheres não têm de o fazer sob o peso da clandestinidade.
Fiquei muito contente. Mas não fiquei descansada. Porque sei, que ainda a procissão vai no adro, no meo de toda esta confusão. Porque sei que muitos médicos se vão recusar a este procedimento médico nos hopsitais públicos, empurrando de hospital em hospital na esperança que a barreira das dez semanas seja ultrapassada. Mesmo que muitos desses médicos montem depois uma bela clínica onde o pratiquem.
Mas, pelo menos, acabou a clandestinidade! As meias-palavras, a vergonha, o medo.
Há ainda um outro aspecto que me preocupa. É verdade que o sim ganhou, mas custa-me que quando um povo é chamado a pronunciar-se sobre um assunto (seja ele qual for) prefira ficar em casa, no café, passear... em vez de se dignar a votar.

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