19 março, 2007

Baba

Aviso já que este post é muito piegas!
Este fim-de-semana, eu e o meu companheiro saímos para aí à maluca a procurar um sítio novo para viver, para mudar de vida, para respirar melhor. A estratégia não é brilhante mas é fruto do desespero. E é claro que tínhamos se ir para Sul, sempre para Sul, mas não demasiado. Alentejo!
As nossas viagens desde sempre foram marcadas de muitos momentos a que chamo mágicos: pequenas coincidências que nos fazem descobrir a alegria de estar vivos e a magia de alguns sítios e gentes: umas vezes são coisas como a festa da Arrifana, uma estrela do mar numa poça de rocha, uma lontra a fugir pelo campo (sabiam que há lontinhas em Portugal?), um cordeiro ainda com o cordão umbilical... Agora que isto está a ficar demasiado bucólico quero contar uma destas pequenas histórias que conteceu no Sábado.
Paramos para almoçar no Cercal, que as costas já doiam de andar de carro, a fome de migas apertava e se demorássemos mais meia hora já não arranjávamos morfes em lado nenhum. Na rotunda podiamos escolher entre vários tascos mas, "pimba", foi aquele. A distância entre a cadeira e a mesa era curta pelo que, ao sentar-me, tive de "entrar de ladecos". Ao fazê-lo fiquei virada para a porta do restaurante e num papel vi um nome... No meio de todas as outras letras e papeis foi o nome que eu vi! Margarida...
O teu nome estava escrito na porta do restaurante onde fui parar por acaso, numa viagem de acaso numa vida feita de acasos.
Fiquei a saber depois que se tratava de um almoço de comemoração do aniversário do Partido em que ias estar. Tentámos tudo para ir, que estas coincidências mágicas sempre nos têm trazido bons frutos: perguntámos no restaurante onde nos disseram que tinhamos de nos inscrever na junta que, claro, ao Sábado estava fechada. Depois procuramos o centro de trabalho. Pareciamos tolinhos, no meio do Cercal a fazer todas as travessas à procura... de uma rubra bandeira, (devia-se oferecer uma bandadeira nova aquela malta, que a que lá está já só é um farrapo). Achámos! janela aberta, porta fechada. Tínhamos vergonha, afinal queriamos ser penetras num almoço que não era nosso, mas a vontade foi maior, batemos. Nada, silêncio, ninguém. Ainda perguntámos na farmácia que também tinha o teu nome à porta, mas ninguém sabia do tal almoço. Desistimos...
Desistimos do almoço mas fiquei a babar de orgulho por ti! O teu nome está em todo o lado... e não digo isto pelo outros, tipo "toda a gente conhece a minha amiga" ou "eu tenho uma amiga toda importante", nada disso. É claro que isso é bom, mas o orgulho é por mim, porque o teu nome estava onde eu fui, porque me cruzei com ele e isso foi importante para mim, ofereceu-me um sorriso interior de confiança, de esperança.
Este fim-de-semana, não achámos maneira de mudar de vida, não nos deram emprego no Alentejo nem vimos nenhum terreno barato. Mas estiveste a procurar connosco, de mão dada. Mesmo que não estivéssemos à procura da mesma coisa, eu sabia que estavas ali, perto. Eu sei que parece tolo... mas eu avisei que era piegas!

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