30 agosto, 2007

A Selecção

Não é que a minha opinião conte ou que isto vá mudar o mundo, mas não acho graça a esta história dos futebolistas brasileiros se nacionalizarem portugueses e assim jogarem na selecção nacional. Hoje descobrimos que o Pepe também está convocado. Ui, o Scolari mal podia esperar.

Claro que todos temos o direito de pedir a nacionalidade do país que nos acolhe (e há muita gente a fazê-lo que não é atleta de alta competição nem aparece nos jornais e na tv) e que as fronteiras desta coisa são muito ténues, mas vamos lá a ser justos: nenhum destes jogadores quer ser português por achar que aqui é que está bem e pela sua dívida de gratidão para com Portugal. Querem jogar em torneios rentáveis e que são máquinas de fazer dinheiro. E como são bons jogadores, a Federação acha que sim, senhor, são grandes portugueses.

Na verdade, nada disto tem a ver com nacionalidade, por isso não vale chamar-me purista ou xenófoba. Nem me venham com a globalização. Isto é só o resultado de estes casos aparecerem na imprensa e a prova acabada de que o desporto de alta competição é uma contradição nos termos.

De que serve ganhar um campeonato do mundo se os jogadores que lá estão são brasileiros que não tinham lugar na selecção do seu país? De que serve ser o atleta mais veloz do mundo se, para aguentar a pressão, o Obikwelu é mergulhado em gelo depois de cada corrida? Para que havia de querer ser a melhor ginasta do mundo se acabo anoréctica? Quem quer ser o ciclista se tudo o que está por trás é doping?

3 Comentários:

Blogger IPQ disse...

Olá mamã Kitty. Concordo contigo, de grosso modo. Mais em relação ao futebol. Neste caso particular todos sabemos que os que faz com que jogadores como o Deco queiram ser portugueses só tem uma motivação: a de serem cnsiderados como jogadores comunitários nos campeonatos europeus. Se o Deco não fosse "português" não tinha ligar no Barcelona. Pelo menos não no ano em que foi contratado. É que existe um limite de três jogadores extra-comunitários para todos os clubes e o Barcelona já os tinha... assim é fácil ser português.
Depois levantas outras questões e já não tenho tantas certezas em relação a elas embora as ache pertinentes... acredito que o Obikwelu tenha mesmo uma dívidade gratidão para com Portugal, ou pelo menos, para com as pessoas que o ajudaram a deixar de ser trolha.
Depois falas no que está por trás do desposrto de alta competição, nas restrições, no lado obscuro.... levanta em mim muitas mais questões e preocupações...
Um beijo
Gosto de te ver no activo

02 setembro, 2007 23:32  
Blogger Lina Santos disse...

Lamento ter confundido tudo, mas quando começo a pensar nestas coisas excito-me e acho que nada tem sentido.

Claro que é muito diferente dar-se nacionalidade a alguém como o Obikwelu ou a uma pessoa como o Deco. O que queria dizer é que pelo desporto de alta competição se cometem loucuras: trocar de nacionalidade, aguentar dor, tomar drogas, fazer sacrifícios. Tudo coisas que deixam a pensar: se o nosso corpo não responde sem estas loucuras porque raio havemos de tentar?

De qualquer forma, tenho a dizer que admiro alguns desportistas e que para mim Vanessa Fernandes rules!

04 setembro, 2007 00:54  
Blogger vox disse...

Nisto tudo o que me faz mais confusão é a disparidade de oportunidades de legalização e atribuição de nacionalidade entre estes casos de que falas e os cidadãos comuns. Uns até aparecem nas notícias, outros têm de dormir à porta dos consulados... Algum pudor, senhores!

04 setembro, 2007 09:56  

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