18 outubro, 2007

É este o governo que temos

Há cerca de três semanas (quatro no fim desta) telefonei ao assessor do ministério da educação (ME). O senhor chama-se Rui Nunes, foi simpático q.b., aproveitou para me dizer que alguém do jornal tinha escrito não-sei-o-quê que o ME não tinha gostado e pediu-me, como não, para fazer o pedido por mail. Fi-lo.

Uma semana depois voltei a ligar-lhe. Claro que já não se lembrava do que lhe tinha pedido. Relembrei-o e disse-me que não tinha nada. Passou mais uma semana, e então liguei-lhe duas vezes. Ouvi sempre a mesma resposta. Que ainda não havia resposta.

Até que na terça-feira lhe disse que não achava que a minha pergunta fosse assim tão complicada e que me parecia que três semanas eram mais do que suficientes para resolver o assunto. Mais, que se contactava o ME é porque me parecia correcto fazê-lo e assim não podia fazer bem o meu trabalho. Em nenhum momento me foi dito que estava a pedir algo difícil ou que isso fosse informação privilegiada.

Ontem, quarta, já depois de me ter passado, ele já tinha uma resposta. Que uma escola que é património do estado e que não pode ser vir para mais do que isso continuará ligada a este ramo. E que em breve eu teria mais novidades. Aqui sim passei-me a sério.

Deu-me uma frase institucional, vaga e indecente para quem está há três semanas à espera. Pior ainda quando me diz que em breve terei novidades. Novidades que as pessoas todas vão saber ao mesmo tempo, porque mais uma vez o governo se encarregará de fazer Carnaval, em lugar de responder convenientemente às primeiras pessoas que lhes fazem perguntas.

Para cúmulo, voltou a dizer-me que se não me respondia é porque o meu jornal tinha tratado mal um tema e ainda afirmou que não publicamos direitos de resposta e que não o fazemos na primeira página. Primeiro, o que é eu tenho a ver com isto? Depois, ofende-me que diga que não publicamos direitos de resposta e que não o fazemos na capa, quando o fazemos sempre, para nossa infelicidade e, muitas vezes, para nosso prejuízo.

Estou furiosa e este é o único sítio público onde me posso queixar.
Começo a concordar com quem diz que a melhor maneira de controlar a informação é não dar informação.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Estou há três anos à espera da autorização de um hospital para fazer uma reportagem na ala psiquiátrica. Há duas semanas perguntei à direcção geral dos serviços prisionais um simples facto: quantas prisões têm ala hospitalar. Sem resposta e com processos semelhantes ao teu. Fuck, ainda se fala da falta de competitividade do país. O nosso funcionarismo público é do pior que há.

19 outubro, 2007 16:29  
Anonymous Anónimo disse...

Nada disso é "funcionarismo público". São todas respostas políticas, decididas por políticos, que desrespeitam os jornalistas e a democracia. Os nossos governos é que têm sido do pior que há!

21 outubro, 2007 22:05  

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