14 dezembro, 2006

Fontes anónimas, horários e SIC Comédia

E cá vai mais um post, porque o Rui levantou mais e mais questões que me parecem fixes. Quase precisei de tirar notas!

1. Estou completamente abismada com o facto de o Rui e a Maçã de Junho serem tão desconfiados em relação ao que sai nos jornais. É verdade que eu, como todas as pessoas que publicam textos, já meti a pata na poça. Nada de grave até à data, mas coisas que reproduzi, confiando no que me foi dito por pessoas que me enganaram, levando-me a mim a enganar os leitores. Realmente, uma das maiores pragas da imprensa são as fontes anónimas. É evidente que ninguém quer confiar em quem não dá a cara (ainda que também exista muito boa gente que minta e dê a cara sem qualquer problema). Posso, no entanto, assegurar que as minhas fontes anónimas existem mesmo. E, sim, também as uso e, sim, também desconfio quando leio textos de certos jornalistas. Não querendo justificar-me, no momento em que sei de uma coisa interessante, entra aquele formigueiro de querer publicar: porque é bom e os leitores vão gostar, porque não quero ser ultrapassada e, finalmente, porque confio naquilo que me proponho contar, perdendo de vista que os leitores não têm porque confiar em mim. É mais uma questão para pensar...

2. Eu sei que a muita gente lhe parece irrelevante que todos os dias milhão e meio de pessoas se reúnam a ver a "Doce Fugitiva" (TVI), mas a mim não, como sabem. E, por isso, tal como o Rui, acho que está na hora de travar a selvajaria que é os programas nunca darem às horas previstas. Não por nenhuma razão em especial, mas porque os programadores se entretêm a querer estragar o que a concorrência faz. Realmente assim não se fideliza ninguém, mas, pondo de lado isto, é de lembrar que está em cima da mesa uma alteração deste estado de sítio e o José Eduardo Moniz vem dizer que é censura e que o Estado não se deve intrometer nestas questões. Não?! Bom, também não ocorre a ninguém dizer que a Carris e a Barraqueiro não precisam de dizer a que horas passam os autocarros. Lá porque o mercado é concorrencial, não quer dizer que não existam regras.

3. Quanto à SIC Comédia, não estou de acordo contigo, Rui. Programas como o "Seinfeld", "Jay Leno" ou "Conan O'Brien" vão migrar para os outros canais por cabo da SIC, portanto, não há crise. E parece-me normal que o canal acabe. Não tinha publicidade e, valha a verdade, tirando os programas mencionados, o que é que aquilo tinha para oferecer? Mesmo com todas as repetições de conceito de que falas - e que são bem observadas - prefiro que se abra espaço para outra coisa qualquer. Um canal é um conceito, não é um conjunto de programas. Não rende, feche-se. O que ficou claro neste processo, se provas faltavam, é que não tinham meios de subsistir sem a TV Cabo por trás. E aquilo saía muito barato, tudo enlatado.

4 Comentários:

Blogger Rui Braz disse...

Só umas clarificações:
- Não afirmei qualquer desconfiança acerca dos jornais, pelo contrário: afirmei, isso sim, que é necessário averiguar da origem da informação que se encontra na Net, e que, justamente pelo capital de confiança que os jornais tradicionais merecem, são estes os mais procurados na Net como fontes de informação fidedigna. Mas lá que metem a pata na poça, isso metem. Mas quem não mete? Errare humanum est.
- Se a SIC Comédia é só enlatados, então o que é a SIC Radical, tirando o CC, e a SIC Mulher, tirando um ou outro talkshow chato como a potassa?
E o Seinfeld e outros vão migrar para outros canais? Quais? Essa informação interessa-me.
- Ao contrário do que pensas, que 1,5 milhões de pessoas vejam A Doce Fugitiva ou a Floribella ou os Morangos não me é indeferente. Pelo contrário: deixa-me triste e preocupado. Felizmente há 8,5 milhões que não vêem!!!

15 dezembro, 2006 17:31  
Blogger Lina Santos disse...

Bom, esta parte fica nos comentários. Isto não era um ataque. Era apenas a constatação de um facto. Também anotei - com regozigo!- que aches que os jornais são fontes mais credíveis. Claro que os outros canais a cabo da SIC são só enlatados, mas cá estão: são mais conseguidos. E é bomm não esquecer que a SIC Mulher, em concreto, nunca acabará de um dia para o outro porque foi uma encomenda específica da TV Cabo à SIC.
Ainda não sei quando é que o "Seinfeld" vai passar para outro canal nem qual, mas é uma coisa que quero averiguar na próxima semana.
Finalmente, infelizmente para ti só existem cerca de 3 milhões de espectadores de TV. Portanto, que metade veja a "Doce Fugitiva" é uma coisa relevante. Ainda assim, para que possas dormir melhor, a mesma quantidade de pessoas vê noticiários.
Kiss

16 dezembro, 2006 01:31  
Blogger Rui Braz disse...

Numa nota de idêntico regozijo ao facto de 8,5 milhões de pessoas NÃO verem a Floribella e afins, uma mesma nota de regozijo para os 7 milhões que não vêem TV. 7 milhões??? Então que fazem essas pessoas? O número parece-me muito alto. Qual a origem, a fonte desses números? E os anunciantes das TVs sabem?

17 dezembro, 2006 22:21  
Blogger Lina Santos disse...

Isso mesmo me pergunto, e creio mesmo que são mais pessoas. Agora que penso nisso, são mais porque milhão e meio corresponde a pouco menos de 35%. Portanto... é fazer as contas!

18 dezembro, 2006 19:22  

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